Direito ao desenvolvimento e organismos geneticamente modificados (OGMs): impactos do agronegócio brasileiro
Abstract
O objetivo do artigo é observar se os Organismos Geneticamente Modificados aplicados à produção de alimentos estão, de fato, garantindo o direito ao desenvolvimento, na perspectiva proposta pela Organização das Nações Unidas (Resolução n.º 41/128) e na de Amartya Sen. Para tanto, buscará em literatura de outras áreas pesquisas sobre os OGMs, mormente acerca da biossegurança e se de fato há respeito aos direitos fundamentais, como a liberdade substantiva. Conclui-se que inobstante a competitividade global, o objetivo fundamental dos Estados e dos povos não deve ser apenas o crescimento econômico, mas que este ocorra observando o ser humano como sujeito, assim, a produção e o consumo de Organismos Geneticamente Modificados devem se restringir àqueles em que há comprovada segurança ao ser humano e ao meio ambiente, razão pela qual é imprescindível que haja participação popular na discussão de aprovação de alimentos transgênicos, de maneira que se possa exercer as liberdades substantivas. A pesquisa, quanto à abordagem é qualitativa, em relação aos procedimentos técnicos é bibliográfica e de análise documental e, por fim, a forma de condução do raciocínio é o dedutivo.
Downloads
References
BRASIL. Decreto Legislativo no 2, de 3 de fevereiro de 1994. Aprova o texto da Convenção sobre Diversidade Biológica. Diário do Congresso Nacional (Seção II) de 08/02/1994, pp. 500-510.
BRASIL. Decreto n. 5.591, de 23 de novembro de 2005. Regulamenta dispositivos da Lei no 11.105, de 24 de março de 2005, que regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 142, n. 224, Seção 1, p. 1-6, nov. 2005b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5591.htm . Acesso em: 25 abril. 2019.
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Resolução Normativa Nº 1, de 20 de Junho de 2006 (Alterada pela Resolução Normativa Nº 11, de 22 de outubro de 2013 e pela Resolução Normativa Nº 14, de 05 de fevereiro de 2015) [on-line], Disponível em < http://encurtador.com.br/ABVW0 > Acesso em 23 de outubro de 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Marco Legal Brasileiro Sobre Organismos Geneticamente Modificados / Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, – Brasília : Ministério da Saúde, 2010
BRASIL. Projeto de Lei da Câmara n° 34, de 2015. Disponível em < https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/120996 > Acesso em 20 de agosto de 2019.
BRASIL. Lei no 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados [...], e dá outras providências. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/lei/L11105.htm> 01 de março de 2019.
BRASIL. Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Ação Civil Pública n. 2001.34.00.022280-6/DF. Disponível em. http://www.trf1.jus.br/consultajurisprudencia. Acesso em 10 de agosto de 2017.
CAMARA, M. C. C. et al . Transgênicos: avaliação da possível (in)segurança alimentar através da produção científica. Hist. cienc. saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 16, n. 3, p. 669-681, Sept. 2009 . .
CEPEA. Relatório do PIB do Agronegócio Brasileiro. Outubro/2016. Disponível em: <http://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx>. Acesso em: 01 de março de 2017.
CNA. PIB do Agronegócio. Disponível em < https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/pib_agronegocio_balanco_2017.pdf > Acesso em 10 de outubro de 2019.
CODEX ALIMENTARIUS. Disponível em http://www.actionlive.pt/docs/actionalimentar/codex_alimentarius_VersaoPortuguesa_2003.pdf. Acesso em 09 de agosto de 2019.
COMIGO. Anuário de Pesquisa CTC Agricultura - Resultados 2018. 17. ed. Rio Verde, GO: Centro Tecnológico COMIGO, 2018. 180 p.; p. 164.
DUARTE, J. O.; GARCIA, J. C.; CRUZ, J. C. Aspectos econômicos da produção de milho transgênico. Circular Técnica, Sete Lagoas, n.127, p.1-15, 2009.
ESTORNINHO, M. J. Segurança alimentar e proteção do consumidor de organismos geneticamente modificados. Coimbra: Almedina, 2008.
EUROPEU, P. Diretiva 2001/18/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Março de 2001, relativa à libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados e que revoga a Diretiva 90/220/CEE do Conselho. Disponível online em: http://eur- lex.europa.eu/smartapi/cgi/sga_doc?smartapi!celexapi!prod!CELEXnumdoc&lg=PT&numdoc=3 01L0018&model=guichett > Acesso em 20 de agosto de 2019.
FIGUEIREDO, N. Na era dos transgênicos, grão de soja convencional ganha espaço no país. 2017. Disponível em < https://www.dci.com.br/agronegocios/na-era-dos-transgenicos-gr-o-de-soja-convencional-ganha-espaco-no-pais-1.663896 > Acesso em 20 de outubro de 2019.
FONSECA, A. B. et al . Modernidade alimentar e consumo de alimentos: contribuições sócio antropológicas para a pesquisa em nutrição. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 16, n. 9, p. 3853-3862, Sept. 2011 .
FRANCESE, C. F.. FOLGUERA, Guillermo., Saberes simplificados, tecnociencia y omisión de riesgos. El caso de los organismos genéticamente modificados. Runa [en linea]. 2018.
GARCIA, M. A. Alimentos transgênicos: riscos e questões éticas. Revista de Agricultura, v. 76 fásciculo 3, Piracicaba-SP, 2003.
GREENPEACE. Cartilha ao consumidor. Disponível em http://greenpeace.org.br/transgenicos/pdf/guia_consumidor_4.pdf. Acesso em 08 de agosto de 2017.
HABERMAS , J.. A Crise de legitimação no Capitalismo Tardio. São Paulo: Tempo Universitário, 1995. p. 99.
IMB, Instituto Mauro Borges De Estatísticas E Estudos Socioeconômicos. Microrregião do Sudoeste de Goiás. Disponível em < http://www.imb.go.gov.br/files/docs/mapas/microrregioes-ibge/microrregiao_do_sudoeste_de_goias.pdf > Acesso em 10 de outubro de 2019.
ISAAA, Situação Global dos Cultivos de Transgênicos em 2017. Disponível em < https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/50569/15306214042018-07-03-ISAAA-Resumo-Executivo.pdf > Acesso em 15 de agosto de 2019.
LACADENA, J. R.. Plantas y alimentos transgénicos. Madrid: Departamento de Genética, Facultad de Biología, Universidad Complutense. Disponível em: http://cerezo.pntic.mec.es/~jlacaden/Ptransg0.html. Acesso em: 7 dez. 2016.
LINO, E.N.S.; COSTA, P.S.P; SORATTO, F.P. Direito ao Desenvolvimento e Organismos Geneticamente Modificados: Breves Considerações. In SILVERIO JR., J.P.; FERREIRA, R.M. Direito do Agronegócio – aplicações interdisciplinares. Goiânia, Kelps, 2017, p. 175.
NODARI, R. O.; GUERRA, M. P.. Plantas transgênicas e seus produtos: impactos, riscos e segurança alimentar (Biossegurança de plantas transgênicas). Rev. Nutr., Campinas , v. 16, n. 1, p. 105-116, Jan. 2003.
NUSDEO, F. Desenvolvimento econômico – um retrospecto e algumas perspectivas. In SALOMÃO FILHO, C. (coord.). Regulação e desenvolvimento. São Paulo: Malheiros, 2002.
ONU. Declaração do Direito ao Desenvolvimento. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/spovos/lex170a.htm. Acesso em: 10 set. 2019.
ONU. Cartagena Protocol on Biosafety to the Convention on Biological Diversity: text and annexes. Montreal: United Nations, 2000.
PERES, J. R. R. Transgênicos: os benefícios para um agro- negócio sustentável. Cadernos de Ciência e Tecnologia, Brasília, v. 18, n. 1, p. 13-26, jan./abr. 2001; p. 16.
SANTOS, B. S. Direitos humanos, democracia e desenvolvimento - 1° edição. São Paulo: Cortez, 2013.
SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. Trad. Laura Teixeira Motta. 6 ed. São Paulo: Companhia Das Letras, 2000.
SIMMEL, G. Sociologia da refeição. Estudos Históricos, v. 33, p. 159- 166, 2004.
UNESCO. The Universal Declaration on the Human Genome and Human Rights: from theory to practice. In: 29ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO. November, 11, 1997.
VITA, J. A. Derecho al desarrollo. Lima: Instituto Peruano de Derechos Humanos – Instituto InterAmericano de Derechos Humanos/Cultural Cuzco, 1988.
WALLACE, H. Mosquitos Geneticamente Modificados: Preocupações Atuais. Fundação Heinrich Böll Brasil: Rio de Janeiro, 2013.
WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. v. 2. Tradução de Régis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. 4. ed. Brasília: UnB, 2004.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Those authors who have published with this journal, accept the following terms:
The authors cede all their copyrights to the magazine Cadernos de Dereito Actual, which will be in charge of disseminating and always quoting the author.
The authors agree not to send the article or publish it in another magazine.
The authors are allowed and recommended to disseminate their work through the Internet (e.g., in institutional telematic archives or on their website) before and during the submission process, which can produce interesting exchanges and increase the number of citations of the published work, provided that reference is made to Cadernos de Dereito Actual.
All contents published in the magazine are protected under a "Creative Commons - Attribution - Non-Commercial" license. Everyone has the right to freely access the contents of the magazine.