PARA ALÉM DO DISCURSO DOMINANTE DOS DIREITOS HUMANOS

Autores/as

  • EDNA RAQUEL HOGEMANN UNESA-UNIRIO

Resumen

Promove reflexão sobre fundamentos teóricos do discurso dominante dos direitos humanos, desde uma relativização do papel da Modernidade europeia buscando permitir-se ver ideias, lutas, pensamentos e histórias periféricos como primeiro passo para reformular esse discurso cuja eficácia resta questionada, na prática. Parte do pressuposto de que os fundamentos teóricos do discurso dominante dos direitos humanos tem sido objeto de ampla investigação, o que, num primeiro momento, poderia sugerir que tal reflexão estaria esgotada e, por conseguinte, não mereceria maiores contribuições. Esse discurso, pelas razões que serão apresentadas, projetou-se como um discurso hegemônico. Tendo como referencial teórico o pensamento contra-hegemônico de Mutua e Santos, o objetivo dos autores é suscitar uma reflexão crítica à concepção dominante dos direitos humanos, cujos contornos não consentem a conjetura de novos discursos, a partir da sinalização de caminhos que estimulem a (re) construção de discursos outros que considerem histórias e culturas através da alteridade, da interdependência e do mutualismo humano. Trata-se de investigação exploratória-descritiva e qualitativa, que procura alcançar uma compreensão interdisciplinar das questões relacionadas à formulação das políticas de direitos humanos na contemporaneidade, que contemplem reforços ao respeito a esses, desconsiderados ou francamente desrespeitados pelo Estado Moderno.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

EDNA RAQUEL HOGEMANN, UNESA-UNIRIO

Pós Doutora em Direito, Universidade Estácio de Sá / RJ. professora permanente do Programa de Pós Graduação (Mestrado e Doutorado0 em Direito da Universidade Estácio de Sá '/ RJ. Coordenadora claro que Direito da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro-UNIRIO. Membro da Law & Society Association / EUA.

Citas

ARENDT, H. Da revolução. Tradução de Fernando Vieira. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1988.

BARRETTO, V. O fetiche dos Direitos Humanos e outros temas, 2ª. Ed., Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013.

CASTORIADIS, C. As Encruzilhadas do Labirinto, vol.I. Tradução por Carmen Sylvia Guedes e Rosa Maria Boaventura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

DONNELLY, J. The Virtues of Legalization, in Meckled-García, Saladin e Çali, Basak (org.), The Legalization of Human Rights: Multidisciplinary Perspectives on Human Rights and Human Rights Law. New York: Routledge, 2006.

DUSSEL, E. Europa, modernidade e eurocentrismo. In: LANDER, Edgardo (Org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Colección Sur Sur, CLACSO, 2005.

FERREIRA FILHO, M.Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia 16 de junho de 1776. Liberdades Públicas. São Paulo:Saraiva, 1978.

GIACOIA JUNIOR, O. O projeto político da modernidade está esgotado. Instituto Humanitas Unisinos. Disponível em 13 de janeiro de 2016 em: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/36309-%60%60o-projeto-politico-da-modernidade-esta-esgotado%60%60, 2010

HOBSBAWM, E. The age of extremes: a history of the world, 1914-1991. New York: Pantheon Books, 1994.

LÉVINAS, E. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. Trad. P.S. Pivatto. Petrópolis: Vozes, 1997.

MENDIETA, Apud Dussel, E.(2005) Europa, modernidade e eurocentrismo. In: LANDER, Edgardo (Org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Colección Sur Sur, CLACSO.

MIGNOLO, W.. Desobediencia Epistémica: Retórica de la Modernidad, Lógica de la Colonialidad y Gramática de la Descolonialidad. Ediciones del Signo, Buenos Aires ‐ Argentina, 2010.

MUTUA, M. Human Rights A Political and Cultural Critique, EUA:University of Pennsylvania Press, 2008.

ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948.

PANIKKAr, R.. Is the notion of human rights a western concern?, in Interculture, 27 (1), Cahier 82, 2002.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Edgardo Lander (org). Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, 2005.

SANTOS, B. S. A gramática do tempo: por uma nova cultura política, 3ª. Ed., 1ª. Reimpressão, São Paulo: Cortez, 2010.

SHIVJI, I. G..Perspectives on Human Rights – An Introduction, 1989. Disponível em 13 janeiro 2016 em: rightstraining.fahamu.org/ocw/learning-for-change/introduction-to-human-rights/content/pdf.

WOODWISS. A. The law cannot be enough. Human rights and the limits of legalism, in The legalization of Human Rights, multidisciplinary perspectives on human rights and human rights law, Saladin Meckled- García and Başak Çali, New York, 2006.

Publicado

17-05-2017

Cómo citar

HOGEMANN, E. R. (2017) «PARA ALÉM DO DISCURSO DOMINANTE DOS DIREITOS HUMANOS», Cadernos de Dereito Actual, (6), pp. 111–122. Disponible en: https://cadernosdedereitoactual.es/ojs/index.php/cadernos/article/view/85 (Accedido: 29 marzo 2024).