O IUS COMMUNE LATINO-AMERICANO E O DIREITO BRASILEIRO: UMA ESTRATÉGIA PARA SUPERAÇÃO DAS PERMANÊNCIAS AUTORITÁRIAS E DEMOCRATIZAÇÃO DO PROCESSO PENAL

THE LATIN AMERICAN IUS COMMUNE AND BRAZILIAN LAW: A STRATEGY TO OVERCOME AUTHORITARIAN PERMANENCIES AND DEMOCRATIZE CRIMINAL PROCEEDINGS

Autores/as

Palabras clave:

Ius Commune latino-americano; instituições jurídicas; permanências autoritárias; controle de convencionalidade; justo processo.

Resumen

Este trabalho identifica um vínculo estreito entre processo penal e democracia, porque ele nunca é indiferente ou estático em relação ao regime político, o que justifica estudá-lo também sob enfoque constitucional. Porém, mesmo após a Constituição democrática de 1988, o Brasil persiste a sofrer com permanências autoritárias. Nessa ótica, a pesquisa se preocupa em superar esse autoritarismo, o qual se insere em uma conjuntura mais ampla, a latino-americana. Os países dessa região têm um passado em comum - colonialismo de exploração, escravidão de seres humanos e ditaduras civis-militares violentas – o qual não foi superado, apesar de todos contarem com ferramentas teóricas e instituições formais para tanto. A necessidade de sedimentar a democracia, efetivando garantias, impõe sejam avaliadas propostas capazes de interferir na realidade autoritária do processo penal brasileiro para alterá-la, adequando-lhe ao ambiente democrático. Por isso, investiga-se as recomendações do projeto teórico do Ius Commune Latino-americano, o qual, ciente da debilidade das instituições no Continente, busca desenvolver a democracia, o Estado de Direito e os direitos humanos, por meio de um constitucionalismo que interage direitos e garantias internas com as internacionais do Sistema Interamericando de Diretos Humanos.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ANTONIAZZI, M.M. “El Estado abierto como objetivo del Ius Constitucional e Commune: aproximación desde el impacto de la Corte Interamericana de Derechos Humanos”, in: BOGDANDY, A.V; ANTONIAZZI, M.M. & FIX-FIERRO, H. (Orgs.), Ius Constitutional e Commune en América Latina. Rasgos, Potencialidades y Desafíos, Instituto de Investigaciones Jurídicas/Universidad Nacional Autónoma de México, Cidade do México, 2014.

ARMENTA DEU, T. Sistemas Procesales Penales: la justicia penal em Europa y América – Un camino de ida y vuelta?, Marcial Pons, Madrid, 2012.

BADARÓ, G.H. Ônus da Prova no Processo Penal, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2003.

BOGDANDY, A.V. “Ius Constitutionale Commune en América Latina: una mirada a un constitucionalismo transformador”, Revista Derecho del Estado, nº 34, Universidad Externado de Colombia, 2015.

BRASIL. Atos institucionais, disponível em: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/portal-legis/legislacao-historica/atos-institucionais, acesso em: 03 out. 2022.

BRASIL. Constituição, disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm, acesso em: 05 mai. 2023.

BRASIL. Relatório da Comissão Nacional da Verdade, vol. 1, disponível em: http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/images/documentos/Capitulo17/Capitulo%2017.pdf, acesso: 10 mar. 2023.

CIDH. Corte Interamericana de Direitos Humanos - Caso Cabrera García y Montiel Flores vs. México, disponível em: http://www.corteidh.or.cr/CF/Jurisprudencia2/index.cfm?lang=es&nId_Estado=6, acesso em: 01 jun. 2022.

DE AZEVEDO, R.G. & DO NASCIMENTO, A.A. “Desafios da reforma das polícias no Brasil: permanência autoritária e perspectivas de mudança”, Civitas: Revista de Ciências Sociais, vol. 16, nº 4, pp. 653-672, Porto Alegre, 2016.

DE MORAES, M.Z. Presunção de inocência no processo penal brasileiro: análise de sua estrutura normativa para a elaboração legislativa e para a decisão judicial, Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2010.

DE OLIVEIRA, R.C. “Entre a permanência e a ruptura: o legado autoritário na condução de instituições políticas brasileiras e a justiça de transição”, in: SILVA FILHO, J.C.M. (Org.), Justiça de Transição no Brasil: violência, justiça e segurança, EdiPUCRS, Porto Alegre, 2012.

EDELMAN, B. “Universalidade e Direitos do Homem”, in: DELMAS-MARTY, M. (org.), Processo Penal e Direitos do Homem: rumo à consciência europeia, tradução: DE FREITAS FRANCO, F., Manole, Barueri, 2004.

FELDENS, L. Direitos Fundamentais e Direito Penal, Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2008.

FERRAJOLI, L. Derechos y garantias: la ley del más débil, 4ª ed., tradução: ANDRÉS IBÁÑEZ, P. & GREPPI, A., Trotta, Madrid, 2004.

__________. “Fundamental Rights”, International Journal for the Semiotics of Law, Holanda, nº 14, pp. 1–33, 2001.

__________. Por uma Teoria dos Direitos e dos Bens Fundamentais, tradução: SALIM, A., et al., Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2011.

GARAPON, A. & ALLARD, J. Os Juízes na Mundialização: A Nova Revolução do Direito, Instituto Piaget, Lisboa, 2006.

GIACOMOLLI, N.J. & DE JESUS, T.A.C. Mentalidade Inquisitória e Mitigação de Garantias no Processamento Criminal pelo STF no Contexto dos 30 anos da Constituição, in: RIBEIRO, L.G.G; FREITAS, S.H.Z. & DE MOURA SOARES, V.M. (Coord)., Direito Penal, Processo Penal e Constituição II, CONPEDI, Florianópolis, 2018, disponível em: https://www.conpedi.org.br/publicacoes/0ds65m46/48xcmljs/GQp3GZ3N51xx97V7.pdf, acesso em: 01 ago. 2018.

GIACOMOLLI, N.J. O devido processo penal: abordagem conforme a Constituição Federal e o Pacto de São José da Costa Rica, 2º ed., Atlas, São Paulo, 2015.

GIACOMOLLI, N.J. & LUZ, D. “Direito ao Justo Processo Criminal nos Diálogos entre a Jurisdição Brasileira e as Cortes Internacionais”, in: SALDANHA, J.M.L. & PIOVESAN, F. (Org.), Diálogos Jurisdicionais e Direitos Humanos, 1ª ed., Gazeta Jurídica, Brasília, 2015, vol. 1, pp. 507-539.

GLOECKNER, R.J. “Razões (?) do populismo punitivo”, Revista Síntese de Direito Penal e Processual Penal, vol. 1, nº 71, pp. 102-116, Porto Alegre, dez-jan, 2011-2012.

GOLDSCHMIDT, J. Princípios Gerais do Processo Penal, tradução: MARTINS OLIVEIRA, H., Líder, Belo Horizonte, 2002.

HESSE, K. A Força Normativa da Constituição, tradução: FERREIRA MENDES, G., Sérgio Antônio Fabris, Porto Alegre, 1991.

KUHM, T. A estrutura das revoluções científicas, Perspectiva, São Paulo, 2010.

MARTINS, R.C. A hora dos cadáveres adiado: Corrupção, expectativa e processo penal, Atlas, São Paulo, 2013.

__________. Ponto Cego do Direito: The Brazilian Lessons, 2ª ed., Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2011.

ONU. Conselho de Segurança – Relatório do Secretário Geral ao Conselho de Segurança, de agosto de 2004 – Report of the Secretary-General, in: The rule of Law and transitional justice in conflictand post-conflict societies, disponível em: https://digitallibrary.un.org/record/527647, acesso em: 27 abr. 2023.

PIOVESAN, F. Direitos Humanos e Justiça Internacional, 6ª ed., Saraiva, São Paulo, 2015.

__________. “Ius Constitucional e Commune latinoamericano en derechos humanos e impacto del sistema interamericano: rasgos, potencialidades y desafios”, in: BOGDANDY, A.V; ANTONIAZZI, M.M. & FIX-FIERRO, H. (Orgs.), Ius Constitutional e Commune en América Latina: Rasgos, Potencialidades Y Desafíos, Instituto de Investigaciones Jurídicas/ Universidad Nacional Autónoma de México, Cidade do México, 2014.

__________. “Tratados Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos: Jurisprudência do STF”, Revista Internacional de Direito e Cidadania, disponível em: http://www.reid.org.br/?CONT=00000034, acesso em: 18 jul. 2022.

PRADO, G. A transição democrática no Brasil e o Sistema de Justiça Criminal, vol. XVIII, pp. 33-50, Galileu (Lisboa), 2013.

SALDANHA, J.M.L. “Bloco de constitucionalidade em matéria de garantias processuais na América Latina: ultrapassando o perfil funcional e estrutural ‘hipermoderno’ de processo rumo à construção de um direito processual internacional dos direitos humanos”, in: STRECK, L.L; ROCHA, L.S. & CALLEGARI, A.L. (Orgs.), Constituição, Sistemas Sociais e Hermenêutica, Livraria do advogado, Porto Alegre, 2010.

SARLET, I.W. A eficácia dos direitos fundamentais: uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional, 12ª ed., Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2015.

__________. “A reforma do Judiciário e os tratados internacionais de direitos humanos: algumas notas sobre o novo § 3º do art. 5º da Constituição”, disponível em: http://www.fdv.br/publicacoes/periodicos/revistadepoimentos/n9/1.pdf, acesso em: 18 jul. 2022.

SCHINKE, V.D. Judiciário e autoritarismo: regime autoritário (1964-1985), democracia, usos e abusos da memória institucional, Tese de Doutorado em Ciências Criminais, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

SOULIER, G. “A Igualdade de Palavra, Princípio da Democracia e do Processo Penal”, in: DELMAS-MARTY, M. (Org.), “Processo Penal e Direitos do Homem: rumo à consciência europeia”, tradução: DE FREITAS FRANCO, F., Manole, Barueri, 2004.

STF. Histórico das composições, disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/composicaoPlenaria/composicaoPlenariaAnterior.asp, acesso em: 07 set. 2022.

__________. Agravo Regimental na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.971/RO, disponível em: www.stf.jus.br, acesso em: 03 mai. 2023.

__________. Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 595/ES, disponível em: www.stf.jus.br, acesso em: 03 abr.2023 .

__________. Habeas Corpus nº 126.292/SP, disponível em: www.stf.jus.br, acesso em: 02 abr. 2023.

__________. Julgamento conjunto do Recurso Extraordinário 349.703, do Habeas Corpus 87.585, do Habeas Corpus 92.566 e do Recurso Extraordinário 466.343, disponível em: www.stf.jus.br, acesso em: 29 dez. 2022.

__________. Habeas Corpus 82.959-7 – SP, disponível em: http://www.stf.jus.br, acesso em: 02 jan. 2023.

TRINDADE, A.A.C. “A interação entre o Direito Internacional e o Direito Interno na proteção dos direitos humanos”, in: TRINDADE, A.A.C. (Ed.), A Incorporação das Normas Internacionais de proteção dos direitos humanos no direito brasileiro, Instituto Interamericano de Direitos Humanos, San José de Costa Rica, 1996.

Publicado

11-05-2023

Cómo citar

Luz, D. (2023) «O IUS COMMUNE LATINO-AMERICANO E O DIREITO BRASILEIRO: UMA ESTRATÉGIA PARA SUPERAÇÃO DAS PERMANÊNCIAS AUTORITÁRIAS E DEMOCRATIZAÇÃO DO PROCESSO PENAL: THE LATIN AMERICAN IUS COMMUNE AND BRAZILIAN LAW: A STRATEGY TO OVERCOME AUTHORITARIAN PERMANENCIES AND DEMOCRATIZE CRIMINAL PROCEEDINGS», Cadernos de Dereito Actual, (20), pp. 58–75. Disponible en: https://cadernosdedereitoactual.es/ojs/index.php/cadernos/article/view/955 (Accedido: 19 abril 2024).