GLOBALIZAÇÃO, CRISE DO ESTADO E O PROTAGONISMO DE ATORES PRIVADOS COMO AMEAÇA À DEMOCRACIA

Autores/as

Resumen

A presente pesquisa preocupa-se em relacionar os temas da globalização e da crise do Estado e os impactos do protagonismo de atores privados na esfera democrática. Desse modo, procura trabalhar com categorias atuais e relevantes, como a plutocracia mundial, a oligarquia e a poliarquia. Com base nesses temas, o intuito da pesquisa é responder ao seguinte problema: no contexto de globalização e crise do Estado, como a emergência e protagonismo de atores privados impacta as instituições democráticas? Ao final, conclui-se que o avanço do fenômeno da globalização e o surgimento de atores privados resultou em um cenário de crise, no qual o papel normativo do direito estatal é esvaziado pelo enfraquecimento da soberania do Estado, principalmente no que diz respeito a sua autonomia de decisão. Nessa perspectiva, consoante ao que restou demonstrado, a influência e o protagonismo dos atores privados impacta negativamente às instituições democráticas, na medida em que a sobreposição dos poderes econômicos e financeiros sobre os poderes públicos resulta prejuízos à garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos, assim como enfraquece a democracia. O trabalho desenvolveu-se por meio do método dedutivo e da técnica de pesquisa bibliográfica.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Tássia A. Gervasoni, IMED - PF

Doutora em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, com período sanduíche na Universidad de Sevilla (Espanha). Mestre e Graduada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Professora de Direito Constitucional e Ciência Política na Faculdade Meridional - IMED. Professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado na Faculdade Meridional - IMED.  Coordenadora do Grupo de Pesquisa Estado, Constituição e Democracia, vinculado ao CNPq.

Rafaela Rovani de Linhares, IMED - PF

Mestranda em Direito, Democracia e Sustentabilidade na Faculdade Meridional - IMED. Bolsista CAPES. Graduada em Direito pela Faculdade Meridional – IMED. Integrante do Grupo de Pesquisa Estado, Constituição e Democracia, vinculado ao CNPq.

Citas

ARNAUD, A. Governar sem fronteiras: entre globalização e pós globalização, Ed. Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2007.

BOBBIO, N. O futuro da democracia. Trad. NOGUEIRA, M.A, Ed. Paz e Terra, São Paulo, 2000.

BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de Política. 11. ed., Ed. Universidade de Brasília, Brasília, 1998.

BRASIL. Senado Federal. Abstenção nas eleições: 31,3 milhões de eleitores não compareceram às urnas, 2019. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/videos /2018/10/abstencao-nas-eleicoes-31-3-milhoes-de-eleitores-nao-compareceram-as-urnas>. Acesso em: 08 dez. 2020.

COMITÊ POPULAR DA COPA. Copa do Mundo FIFA 2014 e as violações de Direitos Humanos em Porto Alegre, 2018. Disponível em: <https://br.boell.org /sites/default/files/dossie_copa_poa_bollbrasil.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2020.

CRUZ, P. M.; OLIVIERO, M. “Fundamentos de Direito Transnacional”, in Direito Global: Transnacionalidade e Globalização Jurídica (MORAIS DA ROSA, A.; STAFFEN, M.R.), Ed.Univali, Itajaí, 2013.

DAHL, R. A democracia e seus críticos. Trad. FREITAS RIBEIRO, Patrícia, Martins Fontes, São Paulo, 2012.

DOWBOR, L. A era do capital improdutivo: Por que oito famílias tem mais riqueza do que a metade da população do mundo, Autonomia Literária, São Paulo, 2017.

EL PAIS. Google se torna a empresa que mais gasta com lobby nos EUA, 2018. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/25/tecnologia/1516858 531_415491.html>. Acesso em: 03 dez. 2020.

EXAME. Como regulamentar o lobby? O que diz um dos maiores especialistas no tema, 2019. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/brasil/como-regular-o-lobby-o-que-diz-um-dos-maiores-especialistas-no-tema/>. Acesso em: 07 dez. 2020.

FARIA, J. E. O direito na economia globalizada, Malheiros, São Paulo, 2004.

FARIA, J. E. “Policentrismo versus soberania: los nuevos órdenes normativos” in Anales de la Cátedra Francisco Suárez, Granada, n. 44, 2010. Disponível em: < http://revistaseug.ugr.es/index.php/acfs/article/view/438>. Acesso em: 13 out. 2020.

FERRAJOLI, L. A Democracia através dos Direitos: o constitucionalismo garantista como modelo teórico e como projeto político, Revista dos Tribunais, São Paulo, 2015.

FRYDMANN, B. O fim do Estado de Direito. Governar por standars e indicadores. Trad. SALDANHA, J., Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2018.

G1. O voto dos deputados. Disponível em: <http://especiais.g1.globo.com/politica /2019/o-voto-dos- deputados/#/deputados/undefined>. Acesso em: 09 dez. 2020.

GERVASONI, T.A. Estado e Direito em trânsito na pós-modernidade, Empório do Direito, Florianópolis, 2017.

GRUN, R. “Entre a plutocracia e a legitimação da dominação financeira”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 22, n. 65, 2007, p. 85-107. Disponível em: < http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=10706508>. Acesso em: 10 dez. 2020.

HELD, D.; MCGEW, A. Prós e contras da globalização. Trad. RIBEIRO, V., Ed. Jorge Jahar, Rio de Janeiro, 2001.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Desemprego, 2020. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php>. Acesso em: 01 dez. 2020.

MILANOVIC, B. A desigualdade no mundo: uma nova abordagem para a era da globalização. Trad. PEREIRA DA SILVA, M., Actual, São Paulo, 2017.

RANCIÈRE, J. O ódio à Democracia, Boitempo, São Paulo, 2014.

RUNCIMAN, D. Como a democracia chega ao fim. Tradução FLASKMAN, S., Ed. Todavia, São Paulo, 2018.

SOUSA SANTOS, B. Pela mão de Alice. O social e o político na pós-modernidade. 13. ed, Cortez, São Paulo, 2013.

SANTOS, M. L. O parlamento sob influência: o lobby da indústria na Câmara dos Deputados. Tese de doutorado. Recife, Universidade Federal de Pernambuco, 2011.

SASSEN, S. Expulsões: Brutalidade e complexidade na economia global. Trad. FREITAS, A., Paz e Terra, São Paulo, 2016.

SASSEN, S. Territorio, autoridad y derechos. De los ensamblajes medievales a los ensamblajes globales, Katz, Buenos Aires, 2015.

STAFFEN, M. R. Interfaces do direito global. 2. ed, Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2018.

STIGLITZ, Joseph E. O preço da desigualdade. Trad. PIRES, D., Bertrand, Lisboa, 2016.

THE GUARDIAN. How Google Enlisted Members of the US Congress, 2015. Disponível em: <https://www.theguardian.com/world/2015/dec/17/ google-lobbyists-congress-antitrust-brussels-eu>. Acesso em: 02 dez. 2020.

THE INTERCEPT BRASIL. Lobistas de bancos, indústrias e transportes estão por trás das emendas da reforma trabalhista, 2017. Disponível em: <https://theintercept.com/2017/04 /26/lobistas-de-bancos-industrias-e-transportes-quem-esta-por-tras-das-emendas-da-reforma-trabalhista/>. Acesso em: 10 dez. 2020.

TOURAINE, A. Após a crise. A decomposição da vida social e o surgimento de novos atores não sociais, Vozes, São Paulo, 2011.

TSE, Tribunal Superior Eleitoral. Prestação de contas da campanha eleitoral, 2018. Disponível em:<http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/consulta/doadores-fornecedores/2022802018/individual/41232178853>. Acesso em: 09 dez. 2020.

Publicado

18-06-2021

Cómo citar

Gervasoni, T. A. y Rovani de Linhares, R. (2021) «GLOBALIZAÇÃO, CRISE DO ESTADO E O PROTAGONISMO DE ATORES PRIVADOS COMO AMEAÇA À DEMOCRACIA», Cadernos de Dereito Actual, (15), pp. 275–292. Disponible en: https://cadernosdedereitoactual.es/ojs/index.php/cadernos/article/view/615 (Accedido: 3 octubre 2024).